segunda-feira, 16 de maio de 2011

Espanhóis X Artesanato Cearense


O Objetivo do grupo europeu é levar produtos com a do Brasil para suas lojas no velho continente.
Quando a figura do atravessador desaparece, ou seja, quando o comprador vai direto à fonte em busca do produto que necessita, as chances de se fazer um bom negócio são bem maiores para ambos os lados. É acreditando nesse pensamento que o Sebrae (CE), em parceria com o Instituto Cearense de Artesanato (ICA), promoveram, na tarde do dia 12 uma rodada de negócios entre artesãos nordestinos e uma representante do grupo espanhol El Corte Inglés, dono de uma grande cadeia de lojas de departamentos da Europa.

O encontro ocorreu na sede do Sebrae (CE), em Fortaleza, e contou com a presença de 12 artesãos, sendo 10 do Ceará e outros dois pernambucanos. Todos tiveram a oportunidade de mostrar - individualmente - suas linhas de produtos. Segundo Monica Toledo, representante da El Corte Inglés, que foi destacada para negociar preços, prazos de entrega e quantidade de itens a serem encomendadas, não é de hoje que existe interesse do grupo espanhol nas mercadorias brasileiras. "Na verdade, estamos retomando as relações comerciais. Não interessa o menor preço. Poderíamos estar comprando da China e Índia, mas o que queremos são produtos feitos aqui com a cara de seu País. Por isso, a política de procurar diretamente os artesãos. Isso oferece vantagens mútuas", comentou Monica, ressaltando que é uma forma de apresentar os costumes, paisagens e referências do Brasil para os espanhóis.

Dia 13 a representante da empresa espanhola visitou a fábrica Jobek, em Maracanaú. Depois, seguiu para Belo Horizonte (MG) e São Paulo (SP) para conhecer mais produtos. Monica revelou que, em maio de 2012, haverá um evento em Madri chamado "O Brasil na Espanha", onde produtos de origem brasileira serão expostos e comercializados. A vinda dela já é uma forma de adiantar alguns contatos para o ano que vem.

Venda importante
Para Marcos Darlan Alves, artesão da Associação de Artesãos de Feiticeiro e Tapocas (Afeto), distritos localizados na região jaguaribana, a proposta dos espanhóis é de comprar as rendas de filé, fabricadas por 29 artesãos da Afeto, durante cinco meses. "A preocupação deles (os estrangeiros) é se a gente tem capacidade de produzir a quantidade que eles querem adquirir, já que todas as nossas peças, sem exceção, são feitas à mão. Não entra máquina", afirmou Marco, assinalando que na associação que ele representa são confeccionadas entre 500 e 600 unidades por mês. "É a primeira vez que a gente negocia com essa empresa. Mas já viemos em outras rodadas aqui no Sebrae (CE). O resultado sempre foi muito bom", complementou o artesão.

Aproximação
Segundo Juniar Ellyan, gestora Estadual de Artesanato do Sebrae (CE), a aproximação entre os artesãos nordestinos e o compradores estrangeiros têm a finalidade de atrair comercializações e de manter o contato com os clientes. "É um oportunidade de colocar frente a frente os artesãos com os compradores internacionais. Nós arregimentamos um grupo para trazer seus produtos a partir do contato feito pelo grupo espanhol. Já temos experiência em realizar esse tipo de ação", disse Juniar.

De acordo com ela, no próximo dia 27, ocorrerá um showroom na Capital cearense com importadores de outros países e compradores das demais unidades federativas.

Repórter 
ILO SANTIAGO JR.

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