quinta-feira, 29 de setembro de 2011

A Paz é verde


 Prêmio Nobel da Paz de 2004, Wangari Maathai, 65 anos, criou no Quênia um movimento de mulheres para plantar árvores e colher a paz nas regiões onde os conflitos humanos são agravados pela destruição ambiental. A árvore é um símbolo de paz na África. Em diversas comunidades, ainda sobrevive uma antiga tradição. Quando há um conflito, a pessoa mais velha planta uma árvore entre os dois lados em disputa. Este cerimonial sinaliza o início da reconciliação entre as partes. Foi esta herança cultural – ecológica e pacifista – a inspiração para a professora iniciar no Quênia, em 1977, o Movimento Cinturão Verde.
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Wangari Maathai(Foto de Envolverde.com)
Educada nos Estados Unidos e na Alemanha, a professora de anatomia vegetal da Universidade de Nairóbi, Wangari Maathai, não tirava da cabeça o que vinha testemunhando desde criança. Árvores substituídas por lavouras comerciais, como ocorre agora na Amazônia. O desmatamento do Quênia destruiu boa parte da biodiversidade e reduziu a capacidade das florestas de conservar água, um recurso bastante escasso na região.
Para mudar aquela situação, a professora Maathai começou uma campanha de esclarecimento com grupos de mulheres mostrando que árvores deviam ser plantadas. Aos poucos, elas foram percebendo que o plantio gerava emprego, combustível, comida, abrigo, melhorava o solo e ajudava a manter as reservas de água. Nas últimas três décadas, as mulheres do Quênia plantaram mais de 30 milhões de árvores.
O trabalho de conscientização foi difícil. “O nosso povo foi historicamente persuadido a acreditar que, por ser pobre, também não tinha conhecimento e capacidade para enfrentar os seus próprios problemas. E esperavam soluções de fora. As mulheres não conseguiam perceber que para atender às suas necessidades básicas era preciso um meio ambiente saudável e bem manejado”, recorda.
A gente pode fazer a diferença na medida em que nos reconheçamos participantes ativos,  do patrimônio natural, somos responsáveis por ele, quer seja o jardim de nossa casa ou do condomínio, quer seja o bosque, a floresta, as matas, os rios, lagos,parques, etc..a gente tem essa responsabilidade de acreditar que é possível conscientização ambiental. Parte-se do princípio que educar é o caminho. Portanto, educar-se ambientalmente é conhecer a realidade de sua gente e de seu meio.De acordo com a professora Maathai, " o meio ambiente é fundamental para se alcançar a paz". A degradação dele faz com que as pessoas sofram, porque afinal os recursos necessários para sua sobrevivência são eliminados ou diminuídos. 

A sua militância pacífica pela recuperação ambiental das florestas africanas foi reconhecida mundialmente em dezembro de 2004, quando ela recebeu em Oslo, na Noruega, o Prêmio Nobel da Paz. “Eu acredito que a solução para a maioria dos nossos problemas vem de nós mesmos”, ensina a professora e ativista, que hoje luta para cancelar a dívida externa dos países pobres.
Aluno, leitor, leiam mais sobre o que pensa essa nobre mulher, negra, africana,ativista, educadora e pesquisadora  quando questionada em recente entrevista na Itália:
"Eu creio que precisamos elevar o nível da nossa consciência moral, voltar a ter uma perspectiva ética em relação aos recursos naturais e às outras criaturas. O problema é que ainda achamos que os nossos recursos durarão para sempre. Sem elevar o nosso nível de consciência ética, não poderemos entender que esse nível de vida tão elevado para poucos em detrimento de muitos não pode seguir adiante.
No meu país, o Quênia, pelo menos 10% das pessoas vivem desperdiçando recursos porque querem imitar o nível de vida do mundo rico. Os recursos não são suficientes. Os países ricos exploram os recursos naturais dos pobres, e os poucos ricos dos países pobres fazem o mesmo. A nossa forma de lutar contra a pobreza é lutar contra esta forma de hiperconsumo, não apenas no mundo industrializado, mas também nos países em desenvolvimento, onde lamentavelmente estamos copiando o mundo rico em detrimento do nosso povo. Se seguirmos por este caminho, corremos um risco enorme".
Na África, segundo ela, existem muitos conflitos por recursos naturais escassos e degradados. As pessoas lutam pelo que restou de terra, água, pastos e florestas. Para resolver estes graves conflitos, que estão gerando milhões de refugiados ecológicos em todo o planeta, a professora do Quênia defende uma consciência cada vez maior sobre três questões: sensibilidade ambiental, um bom governo democrático e paz.





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