terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Deu no Diário do Nordeste:

O Ceará criou uma tradição em distribuir chapéus de palha nos eventos turísticos e no Aeroporto Internacional Pinto Martins, na alta estação.
    A peça, embora simples, firmou-se como brinde e, em alguns eventos, é o principal atrativo do estande do Ceará, chegando a movimentar grande fila. Recentemente, o secretário de Turismo do Ceará, Bismarck Maia, disse que vai eliminar o chapéu e adotar estratégias mais avançadas. A decisão do secretário surgiu após o presidente do Conselho de Administração da CVC, Guilherme Paulus, criticar a fita do Senhor do Bonfim, usada com frequência nos estandes da Bahia e no próprio Estado.
    É uma tradição que vem sendo copiada com sucesso por outros Estados. Chapéu e fita estão na berlinda sem uma justificativa. Parece falta de assunto dos dirigentes do turismo, pois esta ação move o gosto popular e não impede que eles façam um marketing avançado de suas realizações. A fita é um símbolo de fé da Bahia, amarrada no braço mediante três pedidos e não vai desaparecer. O chapéu poderá sumir com o aceno do adeus.


Penso cá: Uma sugestão para o Secretário Bismarck Maia: Utilize lencinhos de labirinto, tem muita gente que se emociona quando chega e quando sai de Fortaleza! Quem sabe o lencinho não será útil?  E os que as rendeiras de Majorlândia fazem são lindos! Há algum tempo atrás causaram sucesso quando distribuímos como mimos em uma BNTM.
Lenços de labirinto:Foto Google Imagens


E por falar em labirinto, algumas curiosidades sobre este magnífico trabalho de nosso Ceará:


 “A introdução do labirinto ou crivo no Brasil foi feita pelo povoador português. Mulheres portuguesas, tanto insulares como peninsulares, já conheciam tal lavor de agulha e linha” (RIOS, 1963), cita Oswald Barroso no seu ensaio “O labirinto em Canoa Quebrada (1977). Indiscutivelmente foram as portuguesas que trouxeram o labirinto para o Brasil, mas ainda não se sabe como se deu a difusão e a popularização dessa arte no estado.
    Renda ou bordado, o labirinto tem como principais áreas de incidência no Brasil, segundo a publicação da Funarte Artesanato Brasileiro: Rendas, as circunvizinhanças das cidades de Arez e Tourinho, no Rio Grande do Norte; Juarez Távora, Serra Redonda e Caldas Brandão, na Paraíba; Marechal Deodoro, em Alagoas; e as localidades de Três Riachos e São Miguel no município de Biguaçu e Celso Ramos, em Santa Catarina. Embora o livro não cite, o labirinto também pode ser encontrado em povoados do Piauí e Maranhão. No Ceará, o labirinto se manifesta em toda a orla marítima, principalmente em Beberibe, Aracati, Fortim, Icapuí e Aquiraz. Mas, em algumas localidades ribeirinhas do Jaguaribe também são encontradas labirinteiras.
    Sobre o lugar e quando o labirinto chegou ao Ceará também não existe dado preciso. Oswald Barroso diz que, no Aracati, “chegou através de seu porto, nos navios que ali comerciavam, no início do século XVIII”.
    No tempo do início da colonização cearense, cem anos depois da chegada dos europeus, embora aqui e acolá já houvesse no país quem manipulasse com perfeição um tear e mesmo plantasse algodão para fazer o seu ofício, ainda poucos eram os brasileiros que se vestiam com tecidos. Apenas se fazia tecidos bastante grosseiros para cobrir os corpos de índios missionados e africanos escravos em momentos mais solenes como festas ou rituais religiosos. Mesmo no trabalho era pouca a roupa que se usava e até os padres tinham dificuldades de obter tecidos para as suas vestimentas. Num ambiente assim, de complicada obtenção de tecidos, fica difícil se imaginar o desenvolvimento de atividades ligadas aos bordados ou as rendas.

No meu entender, foram com os colonos que aqui vieram, pois muitos deles trouxeram suas mulheres e por sua vez, elas traziam a técnica que por aqui se multiplicou através dos tempos.

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