sexta-feira, 8 de abril de 2011

E nós, que podemos fazer? Que nos pode ser exigido?


"Continuar a acreditar que o belo é o esplendor da verdade. E comover-nos com isso”.
Sou professora há pouco tempo, embora esteja com mais de 25 anos no setor de turismo, hospitalidade e lazer. Desde 1991 eu educo para estes setores, entro na sala de aula com uma missão: Educar para melhorar o futura de cada um dos que lá estão. No entanto, em ambiente da escola pública eu cheguei há pouco tempo, e, convivendo na EEEPPMS, no Juazeiro do Norte, no Cariri, convivi com a excelente turma do Turismo I, hoje Turismo III, que se formará no final de 2011 (que emoção ao escrever isso!). Cada aluno nos traz uma história de vida que em vários momentos nos emociona, enquanto professor e cidadão.
Mas, não posso deixar de comentar, diante da tragédia ocorrido ontem, em Realengo, no Rio de Janeiro, na Escola Municipal Tasso da Silveira, que é do ensino fundamental, atende alunos entre 07 e 14 anos. Um ex-aluno, pratica uma chacina ocasionando 12 mortes até agora. Tal fato, segundo a mídia, provocou a colocação do Brasil no décimo lugar no ranking da violência em espaços que são reservados para a formação intelectual do homem.
Quanta maldade provocada por distúrbios mentais, insanidade, rebeldia e fúria!
O jovem insano tem uma história de vida que outros muitos possuem, adotado, mãe com problemas, tímido, solitário e ligado na Internet. Não quero aqui discutir o comportamento desse rapaz, mas, apenas lembrar que é preciso investigar mais sobre os casos de bulling*. Não posso afirmar que esse jovem insano, foi vítima de bulling, mas, a escola precisa na realidade ser a fiscalizadora, orientadora, e, sobretudo ser ciente de que como bem fala a Profª Olga Pombo sobre as crianças e os jovens : “Aí estão, entregues à tribalidade das hordas infantis e juvenis, aos seus despotismos e arbitrariedades. Frágeis e vulneráveis, além disso, a todos os dispositivos de sugestão, de moda, de propaganda. Desprotegidas perante a violência que sobre elas exercem as histórias infantis, as revistas para jovens, os vídeos, a moda, a publicidade, a televisão. E eu complemento: a Internet.
Meus sentimentos às famílias enlutadas, minhas orações aos jovens que perderam a vida. E pelo jovem insano, o Eterno se encarregará dele. Que Deus nos livre de outras tragédias como essa.

*Pequeno histórico de bulling:
A definição universal de bullying é compreendida como um subconjunto de comportamentos agressivos, intencionais e repetitivos que ocorrem sem motivação evidente, adotado por um ou mais alunos contra outro (a), causando dor, angústia e sofrimento. O bullying é um fenômeno mundial tão antigo quanto à escola. Porém, foi na década de 1970, na Suécia, que surgiu um maior interesse da sociedade sobre este problema, logo em seguida estendeu-se para vários países. Foi quando na Noruega, doze anos mais tarde, em 1982 ocorreu o suicídio de três crianças entre 10 e 14 anos, motivadas pela situação de maus-tratos a que  eram submetidos pelos seus companheiros da escola.
Este fato teve grande repercussão nos meias de comunicação, mobilizando o governo Norueguês que fizera uma campanha nacional contra o bullying no ano seguinte. Nos Estados Unidos o tema é de grande interesse, pois o fenômeno cresce, ao contrario do Brasil, que ainda é pouco comentado e discutido. Estamos a 15 anos de atraso em relação aos estudos e tratamento deste comportamento, comparados aos países europeus.
Fonte: www.bulling.pro.br, Pombo, Olga (FCUL,2009) 




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