segunda-feira, 11 de abril de 2011

O jardim vizinho da casa de minha Mãe


Avenida Beira Mar (foto de Célia Augusta) 


A Avenida Beira Mar há algumas décadas atrás, não possuía a infra-estrutura básica de apoio aos banhistas, nem mesmo local para a troca de roupa, pois, nas décadas de 50 e 60, ninguém ousava deslocar-se de casa para a praia em trajes de banho. Isso tudo levava a juventude, imperativamente, a vincular-se a um clube sócio-esportivo e a submeter-se ao seu regulamento, com rígidos padrões de comportamento. Entre os anos 1940-1970, confirmou-se o processo de construção da cidade litorânea, com a valorização da orla marítima como lugar de habitação, de lazer e de veraneio. A urbanização da Praia do Meireles é reforçada a partir da implementação do Plano Diretor de Fortaleza de 1962, que orientava o crescimento da cidade para o litoral, com a construção da avenida Beira Mar, em 1963, que impõe a integração das zonas de praia à cidade, ora como equipamento público de lazer, ora como lugar de habitação das classes privilegiadas.
Edifício Gran ville(Foto Célia Augusta)
Por sua constituição, a zona de praia transformou-se em principal ponto de encontro de Fortaleza, em detrimento do Centro. A construção da Avenida Beira Mar explicitou a tendência de valorização do litoral por este segmento da sociedade, que havia feito deste espaço lugar privilegiado, no estabelecimento de clubes e de residências. 

Alí era um morro, uma duna melhor dizendo. Nos anos oitenta na altura do hoje número 3330, construiram o Granville," totalmente granitado" como diz um amante de arranha-céu ou skyscraper em um site do mesmo nome...quem gosta é um bonito prédio. Mas, alí já foi arquibancada nos anos noventa e já neste século para o "Fortal", a micareta de Fortaleza, e, que eu mesma, já lá sentei algumas vezes, sem pagar nada e sem pipocar para assistir Timbalada e o Chicletes com Banana, seguramente esses momentos são inesquecíveis.  Havia  um poste que se chamou por um bom tempo de Poste do Grafite, um cara maluco dos anos oitenta que andava pela praia numa potente moto, e, que perdeu a vida tragicamente ao ser lançado de sua moto e bater a cabeça em um dos postes ao longo da avenida. Mas, agora é o Jardim Japonês, que segundo o JP On Line de ainda há pouco  " com mais de 1 hora de atraso, a prefeita de Fortaleza, Luizianne Lins, chegou por volta das 18h40min desta segunda-feira, 11, à inauguração do Jardim Japonês, na avenida Beira-Mar.
 O secretário das Cidades, Camilo Santana, representou o governador Cid Gomes na solenidade.Enquanto era aguardada a chegada da prefeita, profissionais de Tai Chi Chuan realizaram uma aula demonstrativa no local.
Também estavam presentes alguns deputados estaduais e representantes do governo municipal. Segundo Luizianne, a inauguração é um presente para a cidade no mês em que Fortaleza comemora aniversário. 
A obra foi iniciada em 2008, com a finalidade de comemorar o centenário da imigração japonesa. Devido aos atrasos, a construção agora faz parte das comemorações do aniversário de Fortaleza, que festeja 285 anos na próxima quarta-feira, 13". 
Pois é, digo eu, agora tem um jardim japonês por aqui, já não nos faz inveja o de Buenos Aires ou de Belo Horizonte, ou Caldas Novas, ou outros tantos que existem por ai.
Para o leitor, é importante também eu dizer a origem dos jardins japoneses, pois é de muito tempo essa tradição de um lugar tão belo, e, de boas práticas de meditação, ou mesmo para namorar, conversar com amigos, caminhar.
De acordo com a cultura nipônica, esses tradicionais jardins, constituem locais representativos, com beleza e complexidade singulares em qualquer lugar parte do mundo.
Esses jardins tiveram origem a partir do período que representou o apogeu da aristocracia japonesa, a Era Heian (entre 794 a 1185). Na verdade, a convivência dos japoneses com o manejo da natureza é tão antiga quanto a própria civilização e sua cultura.
Para você entender melhor a peculiaridade que existe entre os japoneses e os elementos da natureza, há uma certa concepção filosófica nisso tudo, eles compreendem que além de ser a origem da vida e da terra onde vivem, a natureza também compreende a "morada das divindades" que em japonês se diz kami. 
Peça em jardim japonês (tsukubaitehsubachit)( Foto do Google imagens)
Segundo a crença religiosa japonesa, o Xintoísmo (Shinto) define a origem do Japão e de seu povo por meio de divindades que controlam a vida e as forças naturais (a história da formação do Japão e de seu povo foi concebida a partir da compilação de mitos antigos denominada Kojiki, ou Relatos de Fatos do Passado). 
 Assim, localidades consideradas exóticas tais como, cachoeiras, árvores anciãs ou grandes rochas, que se nota na representações frequentes na arte de jardinagem, podem ser consideradas por eles como sagradas, pois existem a simbolização com a morada das Divindades Naturais. Espero que as pessoas respeitem o agora nosso Jardim Japonês.
Decerto que assim que eu for liberada para poder voltar a fazer meu taichi (lembrando que essa prática é chinesa) vou visitar o Jardim Japonês da Beira Mar. Aproveito para apreciar o mar, e meditar...e, também rezar pelas vítimas do terremoto e tsunami do Japão e de tantas outras por esse mundo de meu Deus. Depois publico imagens do local, porque a queima  de fogos hoje foi muito bonita, gravei daqui, e, se der posto junto às imagens. 
Fonte: A Avenida Beira Mar de Fortaleza,Ferrreira(2006), Jardim de Pedra, Google, JP On line

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