quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Lembranças

Há pessoas que se vão e que guardamos no coração e na mente. O estilo, seus trejeitos, suas palavras e de repente, paramos para contar o tempo que estamos distantes fisicamente. O Senhor meu Pai, Belino, por exemplo, a Sra Ana Lopes, a grande matriarca dos Lopes, o Senhor meu Avô Heliodoro, patriarca dos Silva.,  minha querida prima Noemi , a minha prima companheira de toda a minha infância e pré adolescência Carlinda, e tios e alguns amigos que se foram e nos deixam saudades boas... Pena que não conheci meus dois outros avós, mas, em compensação , tenho até hoje gravadas em minha mente, as palavras de meu grande bisavô Major Aprígio Lopes, que ganhou até nome de rua no Piauí: "Menina, obedeça seus pais, seja uma boa filha!"
Neste momento eu respondia que faria isso, e ele apoiando-se em sua bengala com cabo de prata e madeira trabalhados dá uma piscada de olho e cochicha em meu ouvido:" você é bonita e inteligente, e, vai ser muito feliz!"
Tão bom...
Lembranças das pessoas que fazem parte da nossa vida e nos deixa o legado  da decência, do trabalho, do caráter, que não só está impregnado no DNA, mas, fortalecido nos costumes e valores e na nossa identidade.
Mas, existem outras pessoas que nos deixam lembranças, lições de vida e exemplos a serem seguidos que não necessitam ser da família...Um professor, uma professora, um colega de escola, e por aí vai. Como a Senhora Zilda Arns, médica pediatra e sanitarista que se foi há um ano atrás no Haiti. Ela deixou para nós uma grande lição de vida, exemplo de determinação, humildade e bondade. Ela merece ser lembrada e respeitada com carinho por nós que vivemos caminhando por esse mundo de meu Deus, ensinando, educando e convivendo com as diferenças e dificuldades, conhecendo uma outra realidade. Pude comprovar o quanto a Dra Zilda Arns muito contribuiu com seus conhecimentos contra a desnutrição. Ela defendia que através da educação se podia enfrentar a maior parte das doenças de fácil prevenção e a violência no contexto familiar, ao desenvolver uma metodologia de multiplicação de conhecimentos baseada no texto bíblico do milagre dos peixes e pães no Evangelho de São João (Jo 6: 1-15).

Pelo Brasil seguem as comemorações de um ano da partida da Dra Zilda através das Pastorais com celebrações em sua memória. Cada cantinho que exista uma Pastoral o dia de hoje é de lembranças.
Parafraseando Dom Helder Câmara: Tem gente que a gente não enterra, semeia.
Assim faço!
Para as pessoas que amo e para Dra Zilda,  flores com amor e respeito!

Acervo de Célia Augusta (Série- flores)

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